domingo, 30 de dezembro de 2012

LEITURA CRÍTICA DE TEXTOS CONTRIBUI PARA O ENSINO ESCOLAR



 Genival Ferreira de  Miranda

         

A linguagem se transforma histórico socialmente, por isso não é estática, por isso os modelos de ensino também devem mudar e acompanhar a essa transformação. A educação é comum para todos, já não pode ficar circunscrita à alfabetização ou à transformação, mecânica três técnicas da vida civilizada, ler escrever e contar. Deve-se estabelecer um caráter democratizado e modernizador da sociedade, abandonando seu caráter elitista excludente. Par tanto, é necessário que o professor investigue quais conhecimentos o aluno já construiu sobre linguagem verbal para poder organizar a sua intervenção de maneira adequada. Esse procedimento precisa ser garantido não só nos ciclos iniciais, mas durante todo o processo de ensino e aprendizagem, não é, portanto, esporádico. Após a realização das atividades de leitura e escrita, é possível saber o que foi aprendido pelos alunos para poder identificar o que é necessário ser trabalhado a seguir, tendo em vista os objetivos propostos. No entanto, a analise daquilo que foi ou não aprendido precisa ser realizado num contexto em que se considere também o que foi de fato ensinado e a maneira pela qual isso foi feito. É a partir da relação estabelecida entre ensino e aprendizagem que se torna possível ao professor compreender melhor por que alguns aspectos dos conteúdos abordados foram mais bem aprendidos que outros. Isso pode fornecer informações mais precisas para modificar a intervenção, caso seja necessário, dotando sua pratica de maior qualidade.

Pode-se dizer, assim, que a questão da transformação das praticas, métodos e conteúdos escolares estão em pauta desde que a escola deixou de ser, no plano do embate político, ainda que não de fato, um privilégio de um segmento social para se tornar um direito de todos. O aprendizado da leitura e da escrita não pode ser feito como algo paralelo ou quase à realidade concreta do alfabetizando, é na medida em que o alfabetizando vai organizando uma forma cada vez mais justa de pensar, através da problematização de seu mundo, da analise crítica de sua pratica, irão podendo atuar cada vez mais seguramente no mundo.

Percebe-se que a leitura crítica contribui para o ensino de língua materna uma vez que a leitura constitui-se numa das atividades humanas essenciais, leio, penso, falo, ouço e escrevo. Portanto, ler, significa colher conhecimentos e o conhecimento é sempre um ato criador, pois obriga a redimensionar o que já está estabelecido, introduzindo meu mundo em novas séries de relações e em um novo modo de perceber o que me cerca, dominado assim a linguagem numa percepção própria, agregada de valores e cultura.

Não basta saber falar e escrever, é preciso dominar a linguagem para participar da vida do bairro, da cidade e do país. Pelo uso da linguagem, escolhendo as palavras certas para cada tipo de discurso, as pessoas se comunicam, trocam opiniões, têm acesso às informações, protestam e fazem cultura. Em outras palavras tornam-se cidadãs.

A Linguagem, escrita ou falada, pode apresentar-se de várias formas, dependendo de seus objetivos. Um bate-papo entre amigos, uma carta ou uma lista de compras são manifestações da linguagem. Nós nos comunicamos também usando diferentes registros. É fácil entender que se você tiver de falar com uma autoridade, certamente não usará termos, expressões e gestos dos que emprega quando está com os amigos num lugar informal. A comunicação, nesses casos, se dará em dois registros diferentes. Dominar a linguagem é saber usa-la de maneira adequada a seus destinatários, ou seja, adaptando-se a diferentes registros e de forma coerente com seus objetivos e com o assunto tratado.

Para que seja possível alguém ter o domínio de maneira eficaz da linguagem, deve ser capaz de produzir e interpretar textos, tanto para as necessidades do dia-a-dia, escrever um recado, ler as instruções de uso de um eletrodoméstico, como para ter acesso aos bens culturais e à participação plena no mundo letrado, entender o que é dito num telejornal e ler um livro de poesias.

Muitas pessoas acreditam que o ato de ler se resume em saber identificar o código alfabético, porém não entendem que o ato de ler é muito mais abrangente do que a leitura da escrita, por isso é preciso ler, mesmo antes de dominar o alfabeto. A tradição ensina que alfabetizar é tratar da linguagem escrita e lecionar Português é trinar os alunos a representar graficamente a fala pela combinação das letras do alfabeto. Na verdade muito mais do que isso. Falar e escutar, além de ler e escrever são ações que permitem produzir e compreender textos.

A leitura é um ato de compreensão do que se vê ou se sente por isso às crianças iniciam seu aprendizado de leitura do mundo a partir de sentimentos anteriores aos da visão, aprende a respirar e, aos poucos, troca um modo de viver por outro, percebendo novas realidades, por meio do tato, olfato, paladar etc. Acrescenta, mais tarde, a essa percepção quase apenas sensitiva da linguagem oral e depois o da escrita que a primeira palavra lida inaugura. Sendo assim, ler significará para sempre o ato de compreender, estabelecer relações inicialmente individuais com cada objeto, ampliando-as mais tarde.

Cabe à escola desenvolver também a linguagem oral de seus alunos. Aprende-se a fala fora dos bancos da escola, mas na sala de aula é possível mostrar as falas mais adequadas e eficientes nas diferentes situações cotidianas, como também estabelecer a leitura como um processo de relação dinâmica que vincula a linguagem à realidade.

Ler e escrever são atividades que se complementam. Os bons leitores têm grandes chances de escrever bem, já que a leitura fornece a matéria-prima para a escrita. Quem lê mais dispões de um vocabulário mais rico e compreende melhor a estrutura gramatical e as normas ortográficas da Língua Portuguesa. Quanto mais variados, interessantes e divertidos forem os textos que se apresentam aos alunos, maior será a chance deles se tornarem leitores hábeis. Se na sala de aula só entrarem aqueles textos escritos explicitamente para ensinar a ler, que despertam pouca atenção nos alunos, provavelmente eles se desinteressarão da leitura e terão dificuldade em aprender.

Em muitas escolas a Língua Portuguesa ainda é ensinada de maneira formal, chata, sem entusiasmo. Esse tipo de ensinar não atende às necessidades da sociedade. Cada vez mais o aluno terá de compreender a escrever textos diferenciados, claros e criativos. Não é preciso quebrar a cabeça para conseguir textos diversificados para utilizar em classe. Eles estão por toda parte, são jornais, folhetos de propaganda, revistas. Até algumas embalagens de produtos alimentícios trazem pequenos textos repletos de informação. O importante é que o material escrito apresentado aos alunos seja interessante e desperte a curiosidade das crianças. Lembrando que textos literários e poesias também devem ser utilizados.

É necessário também incentivar a leitura diária, não se formam bons leitores se eles não tem um contato íntimo com os textos. Há inumeras maneiras de fazer isso, os alunos podem ler em silêncio, ou em voz alta, em grupo ou individualmente, ou o professor lê um texto para a turma. Tais possibilidades devem ser escolhodas de acordo com a atividade que está sendo desenvolvida em classe.

Para que os alunos tenham condições de gostar de ler, precisam ter contato com leituras  de diferentes níveis e assuntos. Quando a criança já lê textos simples por conta própria, o professor deve ampliar seu reertório de conhcecimentos monstran-lhe outras leituras. Por exemplo, lendo para classe jornais, revistas e livirs infantis. Isso faz com que a criança compreenda que existem textos feitos para informar, para divertir e que podem ser fonte de prazer. Com eles, o leitor pode "viajar" para lugares diferentes. O alunos logo entenderá que vale a pena se esforçar, pois ele também podera usufruir tais prazeres.



Referencia Bibliográficas:

Parâmetros Curriculares Nacionais – Ministério as Educação – Secretaria da Educação Fundamental. 3ª ed – Brasília: A secretaria, 2001.

PERROTTI, E. Confinamento Cultural Infância e leitura, São Paulo, 112p. Ed. Summus

MACHADO, ANA M. Como e por que ler os Clássicos Universais Desde Cedo, São Paulo, 146 p – Ed. Paz e Terra.

LEMER, D. Ler e Escrever na Escola, S120p. Ed. Artmed