sábado, 13 de abril de 2013

OS MILAGRES DO PADRE LIMA


             Tambaú é uma pequena cidadezinha paulista, que fica situada entre a Mogiana e a Paulista Velha. Essa localidade, antes sem vida e sem movimento, tornou-se do dia para a noite, palco de estranhos acontecimentos que deslumbram a todos aqueles que acreditam em Deus.
            E sobre os acontecimentos estranhos de Tambaú, poder-se-ia repetir a famosa frase do autor do livro “A CANÇÃO DE BERNADETE”, que assim se expressou com relação aos milagres de Lourdes:
              Para quem não crê em Deus nenhuma explicação é possível. Para quem crê, nenhuma explicação é necessária.
            Não são milagres de um homem. O padre Lima não é nenhum santo e não faz milagres. Nenhum mortal pode fazê-los. Deus pode usar qualquer mortal como instrumento de sua vontade e provocar esses milagres importantes que provam sua existência. É isso que está acontecendo. Padre Lima não é mais que um bondoso instrumento nas mãos de Deus, e através de seus gestos de bondade e ternura, através de sua pura coragem de pregar a eterna vontade, está disseminando a fé, e ensinando o verdadeiro caminho.
            Milhares de pessoas do Brasil todo já ouviram falar no caso. E episódios assim espalham-se rapidamente como um rastilho rápido de pólvora, e parecem levados pela voz do vento aos quatro cantos do país. E vais a todos os ouvidos, levando uma doce mensagem de esperança em todos os corações.
            Não é o primeiro e não será o último. De vez em quando, aparece um ou outro sacerdote piedoso, que pelas suas virtudes e pela vida piedosa que levam, conseguem de Deus o direito de inspirar milagres e curas.
             E agora perguntamos: será o homem que faz o milagre?
         Não, mesmo por que um padre não pode ser considerado um homem comum. Devemos ver no padre, não a criatura humana, sujeita as ambições, aos desejos e aos pecados que ele tão valentemente sabe controlar. Mas sim o representante de Deus, o homem, o ministro, que em todas as horas tem uma palavra de consolo, um gesto de perdão, e uma alma cheia de luz, que como farol sereno e indiferente às tempestades da vida, continua guiando sempre.
            Isto é um padre, uma alma cheia de luz, um guia, o portador da verdade única e eterna, o homem que nos leva ao caminho do bem, o homem que sabe falar sobre as coisas belas do céu, e bendizer aqueles que sofrem e pecam. É aquele que consola os pobres e ensina caridades aos ricos, é aquele que sempre tem nos lábios uma palavra de perdão para todos os males, e que em nome de Deus ensina que o mundo é nada materialmente, e que o bem mais precioso do ser humano é a alma.
            O padre é o jardineiro que da alma humana faz um jardim onde planta as sementes da bondade, da fé e da esperança numa vida melhor.
            Por mais virtuosa que seja um padre jamais poderá fazer milagres como homem em si. Mas como portador de mensagem divina, pode fazê-los, pode realizar muito.
            O padre Lima é um desses receptáculos da vontade do Eterno. É um desses piedosos sacerdotes, sem vaidade, sem ambições e sem riquezas. Tudo que tem é sua virtude e sua alma cheia de bondade e fé.
            Completamente isento de vaidade, esse piedoso vigário de Tambaú não deseja outra coisa além de sua própria vida entregue a Deus, ao seu serviço, repartindo suas horas entre suas orações, suas obras de caridades, sua música, pois sabe-se que é um exímio pianista e um ótimo organista.
            Não pretende nem apregoa que é santo, ao contrário, procura evitar toda e qualquer publicidade. E neste modesto trabalho, não afirmamos nada, mas procuramos apenas relatar de forma sincera e clara os acontecimentos.

QUEM É O PADRE LIMA?

            Seu nome completo é Donizetti Tavares de Lima. Quando tinha setenta e cinco anos de idade. Apesar da idade, ainda tinha boa disposição, caminhava com desembaraço e conseguia ser amável e afetuoso com todos que o cercavam.
              Fisionomia serena e bondosa, sempre soube fazer gestos expressivos que falavam de bondade e ternura. Fronte alta circundada por respeitosos cabelos brancos. Por traz dos óculos, olhos que refletiam sempre uma luz serena que emana interiormente das almas puras.
              Assim foi o padre Lima, oriundo de uma famosa família de músicos de renome, onde cada membro era um destaque intelectual. Família mineira, mas que há muito tempo havia sido radicada em São Paulo.
            Nessa família a tradição musical era sagrada. E todos os membros traziam nomes de elementos que foram famosos no mundo musical. O padre Lima tinha nome de Donizetti. Os outros irmãos chamavam-se Mozart, Rossini, Verdi e Belini.
            Rossini Tavares de Lima é um grande nome na nossa literatura e é um dos irmãos do padre Lima. Ainda publicou um importante tratado sobre nossa música folclórica, intitulado MELODIA E RITMO DO FOLCLORE DE SÃO PAULO, obra pitoresca e fartamente ilustrada, contendo um verdadeiro tesouro de curiosidades sobre nossa música popular.
            O padre Lima, um dos membros dessa ilustre família que sempre honrou São Paulo, nasceu em Santa Rita de Cássia, no dia 3 de Janeiro de 1879.
            Passou sua infância entre livros e orações, revelando invulgar inclinação pela vida religiosa. Os pais compreendendo isso, não fizeram nenhuma objeção e aos 15 anos, o jovem Donizetti entrava para o Seminário Episcopal de São Paulo, no ano de 1894.
            O destino preparava um golpe rude para essa família tão unida e tão temente a Deus. Um dos irmãos falece no ano de 1895, e o golpe atingiu durante a todos. O padre Lima, amargurado com essa morte, retira-se do Seminário e segue para Franca com a família. Afastado do Seminário, não se sentia feliz. Em 1897, aos 18 anos de idade volta a São Paulo, optando pela carreira de Direito. Enquanto fazia os preparatórios para ingressar na Faculdade, lecionava música e era o organista do Seminário.
            Um grande amigo estava destinado a tomar parte importante na vida desse homem bondoso. D. Ney, um homem de visão longa, que pressentiu a beleza daquela alma. E foi quem instruiu para que o jovem Donizetti, em quem via tantos pendores para a vida eclesiástica, continuasse a vida no Seminário. E o jovem retornou aos estudos, firme no propósito de se ordenar.
            Foi no Seminário de Pouso Alegre que o padre Lima se ordenou em 1909.
Grande músico, e notável organista, sua fama logo se espalhou, e na cidade em que estava, tornou-se foco da admiração geral. Isso muito o ajudava, porque via nessas suas qualidades de artista, não um meio para se envaidecer, mas sim um veículo para conseguir apoio e glorias para sua igreja.
            Em campinas até hoje é recordado com saudades. Nessa cidade ele veio com D. Ney, esse amigo que teve tão importante papel em sua vida, e que sempre sentiu-se entusiasmado com suas virtudes cristãs.
            Foi destacado para Vargem Grande. Permaneceu algum tempo nessa cidade, sendo depois destacado para Tambaú, onde atuou por mais de vinte anos.
            Espírito devotado sempre a Deus, nunca se preocupou com riquezas ou glórias. Em todo lugar que viveu, sempre foi apontado como o mais piedoso e o mais virtuoso.
            Sempre viveu praticamente na miséria, sem nada de seu, dando tudo que podia aos pobres e necessitados.

            Há muito de lenda em torno de homens como o padre Lima. Há um velho ditado popular que diz: “quem conta um conto aumenta um ponto.” Mas os fatos, quando analisamos com clareza, mostram sempre o fundo de verdade que encerram.
            O nome do padre Lima já se encontra envolto em uma túnica maravilhosa de lenda e fantasia. E os episódios, narrados de boca em boca, ganham novas tintas, mais força e mais expressão. Não quero com isso dizer que os acontecimentos que provocaram todo falatório que hoje percorre o Brasil não sejam verdadeiros. São reais. E a fama desse bondoso sacerdote já tem algum tempo. Não surgiu com ele em Tambaú.
            Já em Vargem Grande falava-se de acontecimentos provocados pelo virtuoso ministro de Deus.
            Chega-se mesmo a atribuir ao padre Lima o dom da ubiqüidade. Dizem que o padre Lima, quando morava em Vargem Grande, fundara um clube destinado ao povo. Mas o senhor João Pinto Fontão, fundou um outro clube para fazer oposição ao clube do pároco.
            Só que o outro clube não se destinava ao povo, mas sim a meia dúzia de granfinos privilegiados pela sorte.
            O resultado da fundação dos dois clubes foi uma desinteligência entre os dois fundadores: padre Lima e João Pinto Fontão.
            O padre lima mudou-se para Tambaú, e aquele que antes fora seu amigo, e que depois já não era, ficou morando em Vargem Grande. Há quem afirme que a transferência do padre Lima, de Vargem Grande para Tambaú foi motivada pela desinteligência entre ambos.
            Há pouco tempo, em Vargem Grande, João Pinto Fontão ficou gravemente enfermo, mal para morrer. A agonia durava já quinze longos e dolorosos dias, nos quais o agonizante pensou com arrependimento na sua rixa com o bondoso padre Lima.
            A família o vigiava dia e noite. Pessoas amigas não deixavam à cabeceira do leito, todos trazendo palavras de conforto e amizade. Certa tarde, quando o estado do doente piorava muito, bem próxima ao fatal desenlace, o padre Lima apareceu.
            A família toda reunida no quarto envolto em penumbra. No leito, o enfermo agonizante. Pessoas amigas presentes.
            O padre Lima surgiu na penumbra do quarto e estendeu sua mão amiga cumprimentando todos os presentes. Aproxima-se do leito e piedosamente fala ao doente.
            É dada a Extrema Unção, após o que, o doente sente suas dores se acalmarem e expira docemente, sem sentir quase nada. Feito isso, o padre Lima novamente cumprimenta a todos, apertando a mão de uma dezena de presentes, e retira-se.
            Ninguém estranhou a presença do padre na casa do morto. Todos sabiam da situação entre os dois e conheciam muito bem a capacidade de perdoar do bondoso sacerdote.
            Depois do sepultamento, membro da família do defunto foi Tambaú especialmente para agradecer o vigário.
            Esta aceita os agradecimentos da forma mais natural possível, e não entra em detalhes. Até aqui, parece que nada estranho existe neste caso.
            Mas centenas de pessoas podem testemunhar que na hora da morte de João Fontão, o padre Lima estava em Tambaú, rezando a Ave-Maria na sua igreja, da qual não arredou o pé.

            Como poderia estar esse homem em duas partes ao mesmo tempo? Qual a verdade sobre o caso? Devemos duvidar? Houve algum exemplo assim na história dos Santos?
            Sim. Houve. Quem não se recorda do maravilhoso caso de Santo Antonio de Pádua que projetou-se à distância para provar uma inocência?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

GOSTARIA...


Gostaria que  as pessoas fossem mais felizes. Gostaria de um amor verdadeiro. Gostaria que as pessoas não mais discutissem. Gostaria que não existe o menor abandonado. Gostaria que todas as crianças tivessem uma infância saudável e feliz. Gostaria que todos os pais e mães fossem pais dedicados e responsáveis. Gostaria de viver em um mundo sem guerras. Gostaria que não existissem tantas desigualdades. Gostaria que os profissionais fossem mais éticos. Gostaria que as pessoas não fossem invejosas e nem ambiciosas. Gostaria que as pessoas fossem mais honestas. Gostaria que as pessoas tivessem mais fé. Gostaria que as pessoas fossem mais altruístas. Gostaria que o preconceito acabasse... Gostaria, Gostaria, apenas Gostaria...

Por: Genival Miranda

UM TRIBUTO A MONTEIRO LOBATO


José Bento Monteiro Lobato, criador do personagem Jeca Tatu, protagonista da denúncia da miséria do caboclo brasileiro, popularizou-se a partir de louvor em famoso discurso político proferido pelo grande mestre Rui Barbosa.

Deixou uma vasta obra que pontifica as suas qualidades de escritor e de brasileiro. Ainda em 1946, revisou a publicação de suas Obras completas, editadas pela Brasiliense, em treze (13) volumes.

E para mera lembrança ou ciência, são elas: Urupês (1918), Idéias de Jeca Tatu (1919), Cidades Mortas (1919), Negrinha (1920), A Onda Verde (1921), O Macaco que se fez Homem (1923), Mundo da Lua (1923), O Choque das Raças ou O Presidente Negro (1926), Mr. Slang e o Brasil (1929), Ferro (1931), América (1932), Na Antevéspera (1933), O Escândalo do Petróleo (1936), além de Prefácios e Entrevistas, Miscelânea, e um volume de correspondência, A Barca de Gleyre.

Além disso, juntamente com a sua própria produção de literatura infantil, traduziu e adaptou para crianças clássicos mundiais como O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, Gulliver, Robinson Crusoé, dentre outros, o que bem caracteriza o seu notável trabalho em prol da literatura nacional.

Integrou o rol dos escritores que constituiu a renovação na literatura ao elencar a realidade brasileira como objeto de sua arte, como também o faziam Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha (Cantagalo, RJ, 1866 – Rio de Janeiro, RJ, 1909) e José Pereira da Graça Aranha (São Luiz, MA, 1868 – Rio de Janeiro, RJ, 1931), no sentido de ver, sentir, dissecar e criticar os efeitos dos problemas sociais e morais do país.

Por isso mesmo, com toda a pertinência, houve tempo em que o Dia do Livro (em todas as suas modalidades) era comemorado em 18 de abril. E com muito mais entusiasmo!

Uma merecida referência ao nascimento do afamado escritor brasileiro (Taubaté, SP, 18.04.1882 – São Paulo, 05.07.1948).

Tanto é importante que se transformou no Dia Nacional do Livro Infantil, nos termos da Lei n° 10.402, sancionada em 08 de janeiro de 2002, pelo então Presidente da República:

LEI Nº 10.402, DE 8 DE JANEIRO DE 2002
Institui o Dia Nacional do Livro Infantil.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° Fica instituído o Dia Nacional do Livro Infantil, a ser comemorado, anualmente, no dia 18 de abril, data natalícia do escritor Monteiro Lobato.
Art. 2° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 8 de janeiro de 2002; 181° da Independência e 114° da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
Francisco Weffort

E o poema 18 de ABRIL enaltece o livro e a sua presença viva na vida de todos nós. Encontra-se no livro Rastros do Sentir, edição do autor, 1997, Porto Alegre, e em inúmeras outras publicações (1997-2005).

Mais recentemente, no entanto, são três as datas em que se comemora o Livro, a saber, em correlata matéria: ABRIL É O MÊS DO LIVRO.


Escritor e Poeta – nadirsdias@yahoo.co

segunda-feira, 8 de abril de 2013

DEVERES E DIREITOS DE TODOS

 
Direitos e deveres
Estão escritos na Constituição,
Mas como devo agir
Em meu papel de cidadão ?
Nos direitos, quero respeito.
Que sejam cumpridos um a um,
Nos deveres, vem minha parte,
De não esquecer nenhum.
Dizer não à violência,
Ao descaso, à corrupção,
Faz parte dos deveres
De toda população.
Lutar por terra e moradia,
Por justiça e educação,
Acabar com o desemprego
E com a discriminação.
Se os direitos são cumpridos
Pelo governo e pela sociedade,
Garantem a todos nós
Viver com dignidade.
Cada um fazendo a sua parte
Para o bem de toda a gente,
Nas lutas pelos direitos
Temos que estar sempre à frente.
Por isso aqui vai meu recado
De cidadã brasileira:
Respeito, paz, liberdade,
Aos povos do mundo inteiro.
 
Por: Andresa Triindade