DISCIPLINA NAS AULAS
1. Nunca falar para
a turma, enquanto não estejam todos em silêncio.
2. Dirigir-se aos
alunos com linguagem e voz clara, com certa pausa e expressividade para que
percebam o que se diz à primeira.
3. Nunca gritar.
Um grito deve ser uma atitude rara que por vezes é necessária. Não esquecer
que os gritos desprestigiam o professor. Ordens como: "Calados!",
são inúteis.
4. Jamais esquecer
esta regra de ouro: Se basta um olhar, não dizer uma palavra;
se basta uma palavra,
não pronunciar uma frase.
5. Esforçar-se por
manter a presença de espírito, serenidade e segurança. Os alunos notam a mais
leve falta de à vontade, insegurança ou excitação do professor. Se isso se prolonga,
a aula está "perdida"
6. Não deixar passar
"nem uma" e actuar desde o principio. Nada fere mais o aluno e desprestigia
um professor que as possíveis "injustiças". É o caso de deixar passar
uma falta num aluno e, logo a seguir, castigar outro por uma falta semelhante.
7. Cuidar as atitudes
corporais, os gestos, as expressões do rosto e vocais; tudo isso influi positiva
ou negativamente nos alunos.
8. Procurar manter
o domínio de toda a aula. Mesmo que se dirija apenas a uma parte da aula, deve
ter a restante sob controle. E preciso evitar a todo o custo que um aluno apanhe
o professor desprevenido.
9. Não aceitar que
os alunos se dirijam ao professor com modos ou expressões pouco apropriadas,
como sejam: abraços, palmadinhas nas costas, graçolas, etc. Isto só serve para
"queimar" o professor.
10. Jamais utilizar
o sarcasmo ou a ironia malévola. Tem efeitos imediatos, mas consequências desastrosas
a longo prazo.
11. Tornar-se acessível
ao aluno, colocando-se ao seu nível, mas sem infantilidades nem paternalismos.
Falar-lhes com afabilidade, afecto, por vezes com doçura; mantendo sempre uma
discreta distância que eles aceitam e até desejam.
12. Se alguma vez
acontecer uma situação de conflito (o que deve ser raro e excepcional) com um
aluno ou com a turma, procurar o modo de sanar essa "ferida", através
de alguma saída airosa, gesto ou atitude simpática. Eles possuem um sentido
epidérmico da justiça, mas igualmente uma grande capacidade de desculpar e esquecer
agravos.
13. Saber manter
o equilíbrio entre a "dureza" e a amabilidade. A jovialidade e a alegria
do professor deve-se manifestar, apesar de tudo, em todas as circunstâncias;
os alunos têm de a notar. A maior parte das antipatias dos alunos têm a sua
origem em rostos ou atitudes pouco acolhedoras.
14. A correcção
deve ser:
a) silenciosa: falar
em voz baixa e só por necessidade;
b) sossegada: sem
perturbação, impaciência ou exaltação;
c) de forma a provocar
a introspecção do educando: que o aluno contenha os seus impulsos, caia em si
e retome o caminho;
d) afectuosa: "se
quereis persuadir, consegui-lo-eis mais pelos sentimentos afectuosos que pelos
discursos" (S. Bernardo).
15. Evitar proferir
ameaças, que podem não se cumprir, pelo desprestígio magistral que isso implica.
16. Mandar o menos
possível. O ideal é conseguir com o mínimo de ordens. Mandar o estritamente
necessário e com a certeza de que vamos ser obedecidos.
17. Algumas citações:
"São o silêncio,
a vigilância e a prudência dum mestre que estabelecem a ordem numa escola e
não a dureza e a pancada" (VITOR GARCIA HOZ).
"...a escola
terá um pouco de sanatório, de biblioteca e de claustro, o que quer dizer que
estará mergulhada em silêncio. Um silêncio que não será interrompido pela voz
do professor, nem por campainhas1 nem por exercícios de piano... Um silêncio
todo penetrado de actividade intensa, de vai-e-vem na ponta dos pés, de cochichos
discretos e de alegria contida. Este silêncio supõe todo um conjunto de condições:
mobília apropriada, motivos de actividade para estimular o trabalho da inteligência,
e um professor omnipresente, mas invisível" (LUBIENSKA DE LENVAL).
"Evitar a "expressão
sem vigor, sem clareza, nem exactidão" (Platão), por ser contrária ao silêncio"
(V. GARCIA HOZ).
"E preciso
cultivar bem as palavras, com sossego para que saiam resistentes como alicerces;
e no mestre cristão ainda mais, porque ele pretende fazer obra para a eternidade"
(V. GARCIA HOZ).
"A criança
não praticará seriamente a virtude, se não conseguirmos tornar-lha amável e
sedutora" (JOSEPH DUHR).
"Contribuem
muito para suscitar o interesse e, em consequência, a atenção da criança, a
personalidade e as atitudes mentais do professor. As atitudes e emoções são
muito contagiosas. O professor entusiasta, alegre e animado, costuma ter alunos
atentos e interessados. A primeira condição da aprendizagem interessante é que
o professor reflicta nas suas atitudes e actividades em grau suficiente de simpatia
e entusiasmo"
(AGUAYO)
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ATITUDES DO PROFESSOR
QUE FAVORECEM A RELAÇÃO COM OS ALUNOS
1. Planificar e
programar bem as aulas. Não confiar na improvisação.
2. Manter sempre
os alunos ocupados porque nada favorece tanto a indisciplina como não ter nada
que fazer.
3. Evitar centrar-se
num aluno, pois os outros ficarão entregues a si mesmos.
4. Evitar os privilégios
na aula. A escola deve ser um lugar de combate aos privilégios.
5. Não fazer alarde
de rigor. Quando for necessário corrigir, fazê-lo com naturalidade e segurança.
6. Não falar de
assuntos estranhos à aula.
7. Aproximar-se
dos alunos de modo amigável, tanto dentro como fora da escola.
8. Estar a par dos
problemas particulares dos alunos para poder ajudá-los quando necessário.
9. Se tiver de fazer
uma admoestação, que esta seja firme, mas que nunca ultrapasse a linha do amor
próprio e seja de preferência em privado.
10. Procurar um
ambiente cordial, relaxado e sereno.
11. Ser coerente
e não justificar as incoerências. Quando houver alguma incoerência o melhor
é reconhecê-la e honestamente rectificá-la.
12. Se se aplica
um castigo deve ser mantido e cumprido, a não ser que haja um grande equívoco
que justifique uma mudança de atitude.
13. Não se deve
castigar sem explicar clara e explicitamente o motivo do castigo.
14. Não agir em
momentos de ira e descontrolo.
15. Evitar ameaças
que depois não possam ser cumpridas, pois isso tira prestígio ao professor.
16. Os chefes de
equipa ou grupo devem colaborar na disciplina da aula.
17. Há que ser pródigo
em estímulos e reconhecimentos de tudo o que de bom faça o aluno, embora sem
exageros ou formas que pareçam insinceras.
18. Evitar castigar
todos aos alunos por culpa de um só, a não ser que existam implicações gerais.
19. Evitar atitudes
de ironia e sarcasmo.
20. Ser sincero
e franco com os alunos.
21. Saber dar algo
aos alunos, não pedir-lhes sempre.
(Não sei quem é
o autor destes apontamentos)