sexta-feira, 1 de junho de 2012
Porque que alguns alunos do ensino médio, falta com respeito para com o professor, dentro da sala de aula?
Pelo pouco que eu sei sobre psicologia evolutiva, os adolescentes em idade de ensino médio (entre 15 e 18 anos aproximadamente) estão na fase de estabilizar a personalidade deles em termos mais abstratos, o que faz com que eles queiram ser diferentes daquelas pessoas que "controlam" as vidas deles, no caso, pais e professores.
Existem várias formas de mostrar isso, mas algumas pessoas só encontram essa forma desrespeitando outros, seja onde for. Por esse mesmo motivo é comum ver que as brigas familiares aumentam em número, frequência e intensidade, que eles só se entendem com seus iguais, que também querem ser diferentes dos pais e cuidadores em geral. Também por causa disso é comum uma velha frase: "vocês não me entendem!"
O importante em casos como esses de desrespeito é não se deixar levar pela raiva que o momento pode trazer, nem tampouco fingir que nada aconteceu. O professor precisa na mesma hora mostrar que tem o controle da situação. Se acha que não vai conseguir resolver o problema no momento com assertividade, deve então ao menos chamar o aluno a permanecer após a aula para que conversem sobre o ocorrido. Se o desrespeito foi na frente de todos, então a resposta (ou pelo menos essa chamada para permanecer depois da aula) deve também ser na frente de todos.
Fonte:
Um professor com um pouco de conhecimento sobre psicologia da educação e assertividade.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
CARTA À COMUNIDADE
À
Comunidade
da Paróquia Nossa Senhora Aparecida Olímpia-SP
Caríssimos Irmãos,
Nessa oportunidade venho
lhes falar sobre um assunto muito importante para toda a nossa comunidade; a
“Catequese”. Sabemos que a catequese oferecida pela comunidade é importante
para todos porque ajuda a abrir o coração e a mente para Deus, para o próximo,
para nos mesmos e para o universo. Ao abrir o coração e a mente, nos deixam
amar e nos dispomos a amar as pessoas, a adorar a Deus e a usar com
responsabilidade as coisas deste mundo.
Entendendo
a importância da catequese, quero discorrer sobre o tema afim despertar a
comunidade a refletir se estamos realmente realizando uma catequese fecunda,
que atinja o seu objetivo e finalidade, afinal de contas percebe-se que a
catequese encontra-se no coração da missão eclesial, por isso a catequese é
identidade profunda e vocação da igreja, sendo ela educação e promoção da vida,
elemento fundamental para renovação da igreja.
Em primeiro lugar precisamos entender que a
tarefa da catequese é favorecer a adesão a Jesus Cristo, iniciando um processo
de conversão permanente, que dura à vida toda, por isso é tarefa da catequese
promover e fortalecer as atitudes de fé, por isso favorecer o crescimento dessa
atitude significa desperta sentimentos de docilidade, proporcionando também o
amadurecimento da esperança, como dimensão essencial da atitude de fé cristã.
Nesse sentido precisamos
rever os nossos conceitos em relação do que entendemos o que é catequese, se
fazemos uma catequese que foca apenas conteúdo, da forma vimos realizando nos últimos anos,
estamos equivocados por que não se trata de conteúdo, como matéria escolar, mas
estamos falando de uma catequese do coração, onde atingimos os sentimentos
humanos das pessoas que estamos tentando converter, se não transmitimos a nossa
convicção e nossa fé estamos fracassando na tarefa de catequizar.
Precisamos entender os elementos fundamentais
do catecumenato como fases que serve de modelo pedagógico para inspirar a ação
catequética batismal como sendo caráter iniciático, a intensidade e integridade
da formação, a gradualidade, a integração entre catequese e liturgia, no
emprego dos ritos tendo como referencia constante à comunidade.
Temos como objetivos
principais promover a pessoa em sua plenitude humana, ajudar cada homem e
mulher a crescer em humanidade, a ser mais pessoa, isto é, valorizar a
dignidade humana, formular uma síntese de fé e dar razão do que se crê, se
espera e se ama, educar para oração individual, comunitária e litúrgica,
facilitar o conhecimento, a interiorização e vivencia dos valores e
existencial, comunitária e litúrgica, para isso precisamos facilitar o
conhecimento na interiorização e vivencia dos valores e exigências catequese
que se depreendem do Evangelho, formando a opção vocacional propondo um
compromisso missionário. O trabalho da catequese é preparar e formar
discípulos, capacitando a pessoa a ver, sentir e agir como Cristo, amadurecendo
e aprofundando a converção.
Sendo
assim, ser catequista é revelar Jesus, falando aos catequizando o que Ele
contou a respeito de Deus, de seu amor incondicional por todas as pessoas. O
catequista apresenta Jesus, sendo fiel ao que ensinam a respeito Deles a
Sagrada Escritura, a Tradição e o Magistério da Igreja, é testemunhar Jesus,
vinte e quatro horas por dia, na Igreja, em casa, na escola, no lazer, enfim em
todos os lugares e sempre. O catequista é a catequese praticada, escrita com a
vida do dia a dia, e que pode ser aprendida com facilidade por todos, é ser
missionário de Jesus, deixando-se formar e modelar por Ele, fazendo do seu
discipulado um impulso para proclamá-lo sem cessar. O catequista é a ovelha e o
pastor, é aprendiz e mestre, é terra e semeador, por isso deve conduzir os
catequizandos para que façam uma autentica experiência de Deus, descobrindo
Nele o significado da existência humana, conduz para que eles entrem em
comunhão com Deus e descubram sua ternura. O catequista abre a mente e coração
para Jesus, tornando-se Dele morada e encontrando Nele a esperança que não
morre, assim partilha como os catequizandos a própria vivência e pertença ao
Senhor, incentivando-os a imitar Jesus.
Por esse motivo
precisamos rever o nosso planejamento do ano catequético pensando se estamos
inserindo todos os elementos aqui citados, infelizmente muitas vezes o
planejamento esta focado apenas no ano litúrgico de forma conteudista,
precisamos dar vivência de maneira que tenha sentido os rituais e celebrações,
podendo ser interiorizado os acontecimentos da historia da salvação, onde possa
ficar na lembrança reconhecendo passo a passo o plano da salvação.
Nesse caso o melhor
planejamento tem que se preocupar com cinco pontos: o que fazer, para quê,
como, onde e quando. Planejar é refletir sobre os objetivos de uma ação e o modo
de se chegar até ele, podemos definir prioridades e métodos, organizar os
recursos disponíveis e necessários a realizar certas ações que vão de encontro
aos elementos e objetivos da catequese, se o planejamento for apenas um
calendário que seguem dadas festivas e temas abordados nos encontros não terá
êxito e nem função. Acredito que o planejamento poderia abordar outros temas
como atualidades, destacando-se novas relações com o espaço e o tempo, novas
formas de relacionamento humano e convívio interpessoal, novo jeito de
compreender o ser humano e os projetos de sociedade, acompanhado suas mudanças.
Pensando na elaboração
do planejamento não podemos esquecer das principais finalidades que destacamos
mais importantes, como por exemplo, aprofundar o querigma, para se aprender e
vivenciar o mistério de Deus em comunhão com a igreja e sua missão de ser
sacramento. Para isso precisamos trabalhar nossos encontros apoiados em nossa
fé e nossa experiência que temos com Deus, pois afinal fomos atingidos pela
força do querigma no decorrer de nossa história, por isso precisamos
reproduzi-lo para atingir a finalidade de anunciar a pessoa de Jesus.
Precisamos ser mistagogos em nossas praticas, praticamente um pedagogo do
mistério (Mistagogo é aquele que realiza a mistagogia, a pessoa que conduz para
dentro do mistério, nos colocando em contato com este mistério, revelando-o).
Não podemos esquecer os desafios
que teremos que enfrentar dentro do processo catequético visando os tópicos dos
objetivos e finalidades, como por exemplo enfrentar a diversidade cultural,
social e religiosa, buscando estabelecer harmonia dentro de um momento caótico
da humanidade, afinal estamos num mundo em que encontramos palavras de destaque
como: confusão, perplexidade, impacto, transformação e incerteza, por isso é
necessário entrar no contexto atual mobilizando muita reflexão buscando valores
cristãos na processo.
Penso que a comunidade
junto com todas as pastorais precisa apoiar e interagir com os catequistas,
participando de reuniões de integração, retiros, cursos de aprofundamentos
durante todo o tempo em que estão no ministério de catequizar, afinal esse
ministério é o coração da igreja.
É a partir da catequese,
e das diversas atividades resultantes dela, que estaremos colocando novos apóstolos
a descobrir as muitas possibilidades de serviços existentes na nossa
comunidade.
A catequese em todas as
formas que são concebidas ou sonhadas está ligada por laços estreitos à
comunidade cristã. Por isso os aspectos da opção comunitária convidam a uma
revisão profunda da identidade da catequese em nossa comunidade. Portanto, é
necessário educar a comunidade para encarar a catequese como âmbito eclesial,
sendo prioridade em qualquer plano pastoral, educar para seu papel de lugar e
meta da catequese; é necessário favorecer abertura e acolhida ao catequizando
nas atividades pastorais, pois se exige participação, a comunidade precisa ser
acolhedora, e também, desenvolver no interior de pequenos grupos (pequenas
comunidades, círculos bíblicos, grupo de catequistas) a dinâmica do valor e da
importância do outro como fundamental para o desenvolvimento e integração
grupal. Não Basta que a catequese seja feita em comunidade, ela precisa ser
feita de comunidade, com fisionomia grupal e processo interativo.
Por fim, precisamos
fortalecer a catequese de nossa comunidade como se cada um de nos fosse um
catequista independentemente de seu trabalho na comunidade pois ser catequista
é ensinar o que a Igreja ensina, em unidade e comunhão como o papa e todo o
clero, sendo criativo e atualizando a mensagem partilhada. O catequista não
ensina uma doutrina que é sua, mas a de Jesus, confiada à Igreja.
Desse modo, naquilo que
depende de mim, estou pronto para anunciar o evangelho e me coloco a disposição
para contribuir no que for necessário. Paz e bem!!
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terça-feira, 29 de maio de 2012
POR QUE A CATEQUESE OFERECIDA PELA COMUNIDADE É IMPORTANTE PARA VOCÊ?
A catequese oferecida pela comunidade é importante para você porque o ajuda a abrir o coração e a mente para Deus, para o proximo, para você mesmo e para o universo. Ao abrir o coração e a mente, você se deixa amar e dispõe-se a amar as pessoas, a adorar a Deus e a usar com responsabilidade as coisas deste mundo
A palavra "catequese" é de origem grega e significa "o ato de instruir", de ensinar a doutrina e de apresentar os mistérios da fé. Catequizando, portanto, é aquela pessoa que se dispõe a acolher os ensinamentos de Deus, transmitidos pela igreja, por meio dos catequistas.
EDUCAR BEM? DE QUEM É ESSE PAPEL?
Há um consenso na sociedade de que é importante educar bem. Mas, afinal,
o que é educar bem? A resposta a esta pergunta parece simples, mas não
é, pois envolve diferentes concepções do papel da escola, da sociedade e
da família.
A família, seja ela tradicional ou
não, é a principal responsável pela educação de uma criança. É na
família que a criança aprende a dar e receber afeto, administrar a
explosão de sentimentos, uma religião (ou a não ter religiões), hábitos
de higiene e de ordem, compartilhar vivência e a língua materna (ou as
línguas, em alguns casos). A maior parte dos aprendizados que ocorrem no
contexto familiar se dá pela observação do que fazem os pais. Se os
pais têm o habito de se ofenderem com palavras de baixo calão, a criança
aprendera rapidamente a fazer o mesmo. Se, ao contrário, os pais vivem
numa relação de mutuo respeito, a criança tenderá a reproduzir este
respeito na relação com ele e com outras pessoas de sua convivência
diária. Da mesma maneira, se os pais gastam o tempo livre na frente da
televisão, não podem esperar que seus filhos aprendam a gostar de ler
bons livros.
Mas há um aprendizado ainda mais
importante que a família transmite: valores. É como os pais e demais
familiares que aprendemos a valorizar o esforço e a ética, ou
alternativamente a malandragem e a esperteza. Também aprendemos a ser
generosos, a ter compaixão, ou a sermos gananciosos e autofocados.
No entanto, a educação não se
restringe à família. A escola também tem importante papel, não apenas na
formação de hábitos e na disseminação de valores, como no
desenvolvimento de competências para a vida futura dos alunos como
cidadãos profissionais. Assim, cabe à escola promover a capacidade de
leitura e interpretação de textos, de comunicação escrita competente, de
raciocínio matemática e deve instigar uma mente investigativa nos
alunos, base para conhecimento e pesquisa cientifica. Ao mesmo tempo a
escola deve repassar conhecimentos que garantam aos estudantes a
compreensão do processo histórico, das ações e reflexões de seus
personagens e pensadores, da localização dos acidentes geográficos, das
comunidades humanas e suas atividades no planeta e também das leis que
regem os fenômenos naturais. E o mais desafiador é garantir a ligação
entre os saberes. É importante ensinar diferentes disciplinas. Mas é
igualmente relevante mostrar os vínculos entre elas. Afinal, o mesmo ser
humano que se questiona sobre o destino último de nossa condição está
submetido a leis físicas, a uma herança histórica e aos condicionantes
que sua geografia lhe impõe.
É papel da sociedade como um
todo educar bem os seus cidadãos. Pensando em algumas recomendações que
poderiam ser dadas a educadores, pais, crianças e jovens. Para os pais é
muito importante ter em mente que a educação é tarefa prioritária da
família e que ela ocorre não por discursos aos filhos, mas peã
observação direta que eles fazem, no cotidiano, de nossas ações e dos
valores que pautam nossas vidas. Aos educadores, deve-se desenvolver um
espírito de profissionalismo e responsabilidade e, ao mesmo tempo,
lembrar que o educador (diz Rubem Alves), é uma árvore frondosa que dá
sombra e faz com que os alunos queiram ficar lá debaixo de seus galhos
levantados para céu, enquanto as raízes buscam alimento. Encantar e
instigar são as palavras chave.
Aos alunos, a proposta é saber
que vocês são protagonistas dos seus sonhos. A família lhes ensina
valores, a escola lhes da conhecimentos, mas vocês são portadores de
sonhos de futuro e ninguém vai construí-los para vocês. Após receber uma
boa educação, cabe a cada um construir sua vida e, com muito esforço e
alguma sorte, ser gente da construção do futuro ou lamentar os
insucessos ocorridos. Mas tudo começa com a formação de um sonho, seja
ele qual for.
Mas o que é educar bem para um
estado ou município? É investir com persistência na melhoria do ensino,
com instrumentos adequados para aferir se as crianças estão aprendendo,
incluir todos na escola, garantindo educação de qualidade para todos e
para cada um. O mais importante para educação é a vivencia de bons
valores, honestidade, respeito, caridade, compaixão e retidão. Os Sonhos
ajudam a construir um mundo mais bonito!
Genival Ferreira de Miranda
Pedagogo
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domingo, 27 de maio de 2012
Qual é o ícone de sua cidade? Escreva poesia e participe do concurso do Metáfora
Estão abertas as inscrições para o primeiro concurso de poesia promovido pelo Grupo Metáfora Internacional com o tema “O ícone da cidade”, com apoio da filial de Olímpia.
As inscrições podem ser feitas até o dia 21 de julho. A iniciativa tem o apoio, também, da Universidade Tecnologia Equinocial, do Equador. Podem participar poetas e escritores de Olímpia com mais de 18 anos.
O Grupo Metáfora Olímpia reuniu-se no ultimo dia 19, às 20hm no
Educandário Frei Roque Biscione, e realizou uma videoconferência
presidida pela escritora e poeta Guísela Montoya Poblete, diretora do
Grupo Metáfora Internacional (Quito, Equador).
Ficou, então, decidido o Concurso de Poesia intitulado “O Ícone da
Nossa Cidade” e sobre uma reunião internacional em Quito, quando será
publicada uma antologia.
Na reunião ficou decidido que o Grupo Metáfora de Olímpia é o
responsável em receber as inscrições e encaminhar para Quito. As
inscrições devem ser originais com o tema que o poeta escolher como
Ícone, a palavra ícone vem do Grego “eikon” e significa imagem,
já na informática ícone é um pequeno símbolo, como por exemplo; Olímpia
possui vários símbolos e imagens que representam a nossa cultura e o
nosso povo, o ícone pode ser uma praça, uma igreja, uma pessoa
importante, ou qualquer coisa que logo identifica a nossa cidade como
sendo do povo olimpiense.
AS REGRAS
1. As Inscrições devem ser originais com o tema “ícone da minha
cidade” e cada participante poderão inscrever até dois trabalhos e uma
categoria (ficção curta ou poesia).
2. Para participar, cada concorrente deve preencher um formulário que irá anexar às bases e envia-lo por e-mail para: lluvia031@hotmail.com.
3. As obras para o concurso deverão ser originais e enviadas em três
cópias em folha de papel A4 com espaço duplo as linhas e escritas nos
idiomas português ou espanhol.
4. As obras deverão ser remetidas em tempo hábil para que cheguem no
endereço indicado no máximo até o dia 21 de julho de 2012 às 18:00
horas. Caso contrário o candidato será desclassificado sem prévio aviso.
5. Os ganhadores terão como premio um troféu, um diploma e a
publicação de sua obra na antologia, também lhe dará direito em receber o
premio em Quito no Equador no evento de entrega dos prêmios que
acontecerá em novembro de 2012.
Segundo Luiz Augusto da Silva, presidente do Grupo Metáfora Olímpia,
as inscrições serão recebidas pelo secretário Genival Miranda, na sede
do Educandário Frei Roque Biscione, e, vencido o prazo serão enviadas
para Quito, sede do Grupo Metáfora, onde haverá comissão julgadora de
três juízes que fará a seleção das obras ganhadoras, o resultado das
obras selecionadas será divulgado após o mês de agosto.
Mais informações pelos telefones:
(17) 3281-6465 Luiz Augusto da Silva
(17) 3279-8401 Genival Miranda
(17) 3281-4094 Gabriel
Marcadores:
Concurso de Poesia,
Grupo Metáfora Olímpia
GENIVAL MIRANDA APRESENTA O CURSO DE TEATRO DO EDUCANDÁRIO
Módulo voltado para iniciantes, no qual se utilizará o ensino de técnicas de interpretação baseadas em improvisação, jogos dramáticos, montagens de cenas, dinâmicas de desinibição individual e grupal, exercícios de expressão vocal e corporal.
A educação não é tudo?
Genival Miranda |
O salário dos professores e das professoras é apenas um elemento de
um conjunto de outras medidas para que a qualidade de ensino seja
impulsionada.
Embora o senso corrente nos informe que 98% da população escolarizável (entre 7 e 14 anos) esteja freqüentando a escola pública brasileira, estudos e pesquisas de órgãos e instituições nacionais e internacionais dão conta de que a produtividade desses estudantes em leitura, escrita, interpretação e em matemática passa ao largo do que se poderia considerar bem-sucedida. Esses estudantes continuam seus estudos no ensino médio carregando o fardo da falta de qualidade dos próprios saberes, os quais, quando requeridos no ensino superior, serão demonstrados de maneira pífia e até constrangedora. Um quadro de fracasso preocupante.
Essa realidade motiva debates, discussões e embates sobre como melhorar a qualidade do ensino. Foi o que aconteceu no mês passado, no ensejo da comemoração do Dia do Professor, quando o jornal Folha Online publicou matérias a respeito do assunto. O enfoque dado à discussão recaiu no salário do professor: no Acre, o professor ganha R$ 13,16 por hora aula; em São Paulo, R$ 8, 05.
Esses dados provocaram a reação da secretária de Estado da Educação Maria Helena Guimarães de Castro. Segundo ela, "O quadro mostra, com clareza, que não há uma relação direta entre salário e qualidade do ensino, embora a questão salarial seja fundamental para valorização dos professores".
A essa fala o jornal contrapôs a opinião de um outro professor, Antônio Chizzotti, da PUC-SP, para quem "Uma das questões fundamentais na qualidade de ensino é a remuneração do docente", sem a qual o profissional do ensino fica impedido de estudar, comprar livros, ir ao teatro, o que acarreta prejuízo porque isso tudo é formação. Além disso, lembra o professor, "não dá para cobrar bom trabalho de um funcionário a que se paga mal."
O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi citado na matéria porque lembrou que o piso salarial nacional para os professores, aprovado na Câmara dos Deputados, é de R$ 950, o qual ainda ressaltou que, "como professor, e no dia dos professores, não posso dizer que considero [o valor] ideal."
Aplausos para o bom senso do ministro e para o entendimento de Chizzotti: o professor e a professora precisam, sim, ganhar bem, muito bem. Sobre isso parece haver consenso. Digna de debate é a afirmação da secretária da Educação de São Paulo: realmente, a questão salarial é essencial para a valorização dos professores.
Nesse sentido, vale lembrar aqui uma pesquisa que a Unesco publicou, no dia 25 de outubro de 2004, sobre os professores brasileiros, atuantes nas escolas públicas e na rede privada. Segundo a Unesco, 45% dos profissionais da educação jamais tinham ido ou tinham ido uma única vez a um museu; 40% deles jamais tinham ido ou tinham ido somente uma vez ao teatro; 25% nunca tinham ido ou tinham ido apenas uma vez ao cinema; 60% dos professores e professoras não tinham acesso à internet, nem faziam uso do e-mail.
Se considerarmos que museus, teatro, cinema e internet, ao lado de livros, revistas, estudos científicos e de divulgação científica, entre outros, são imprescindíveis à formação inicial e continuada dos professores, por possibilitarem-lhes a atualização ininterrupta, então a situação dos docentes em nível nacional também é preocupante: demonstra um quadro que bem poderia ser resolvido pela via da melhoria salarial.
A outra parte da fala da secretária da Educação paulista é que demanda maior discussão: “não há uma relação direta entre salário e qualidade do ensino”. Ela está certa quando faz essa afirmação, mas falta dizer que só afirmar isso não é tudo. O salário pode incrementar a qualidade pessoal e profissional docente, uma vez que, em uma sociedade de mercado como a brasileira, ter acesso qualificado aos bens simbólico-culturais indispensáveis à boa formação continuada do professor é algo que depende de dinheiro.
Um professor e uma professora que lêem mais, que vão a museus, teatro, cinema e que utilizam eficientemente as potencialidades da internet para entrarem em contato com processos de produção e apropriação de informações, conhecimentos e saberes diversos podem usar a qualidade adquirida nessas atividades para imprimir maior eficácia às aulas que ministram. Quem nega isso? Acontece, porém, que qualidade de ensino não depende única e exclusivamente do trabalho didático-pedagógico do professor e da professora.
Em debates dessa natureza, muitas vezes assistimos aos debatedores enfocando parcialmente as questões envolvidas nele e se esquecendo de uma verdade cristalina, a saber: a escola é social, econômica, política e culturalmente referenciada. É isso, aliás, o que Otaíza Romanelli de Oliveira nos conta em seu livro História da educação no Brasil, publicado pela Editora Vozes, de Petrópolis.
Segundo ela, ao final de uma experiência docente em uma escola projetada e colocada em ação segundo os melhores critérios para o alcance da qualidade (eficiência e eficácia nas habilidades e competências nos atos de ler, contar, escrever, debater e escrever), na apuração dos resultados dessa escola os envolvidos no projeto descobriram que não se distanciavam muito das outras instituições educacionais da rede e que não estavam recebendo o mesmo tratamento.
Intrigados com esses resultados, conta Otaíza, aqueles profissionais chegaram à conclusão de que não adianta a escola ser internamente 100% equipada, contar com os melhores professores, pagar aos docentes os melhores salários de que dão conta e ter infra-estrutura da melhor qualidade se no seu entorno social, econômico, político e cultural as coisas não andam na mesma marcha.
Aquela experiência nos faz lembrar, então, que: 1. educação não é tudo; 2. sem que haja um projeto de democratização das estruturas sociais articulado com o trabalho da escola, a instituição educacional pouco pode fazer no sentido de obter mais qualidade de ensino, fazendo-a se estender à vida prática dos membros da sociedade; 3. qualidade depende de quantidade, sim: mais justiça social, mais igualdade, menos preconceito, mais democracia política, mais acesso a bens culturais, mais cooperação e mais solidariedade contribuem para que a escola que busca mais qualidade de ensino possa ser bem-sucedida.
Fica, assim, mais fácil de entender a fala da secretária da Educação de São Paulo: ainda que o salário seja vital à valorização do trabalho docente, ele não é o único determinante da qualidade de ensino. Pouco adiante o professor ganhar bem se, ao lado dele, de seu trabalho e da instituição onde atua campeia a desigualdade, a injustiça, a exploração, a alienação quanto ao que é importante para o processo de humanização. Aliás, o professor ganhar pouco é um reflexo da injustiça social e das demais mazelas que permeiam nossa sociedade.
Conclusão: O professor e a professora precisam ganhar mais, ser valorizados, reconhecidos como profissionais, os quais deveriam ter auto-regulação, domínio dos processos de formação docente e controle do exercício profissional. No entanto, se quer mesmo qualidade de ensino, nossa sociedade terá de transformar suas estruturas no sentido de imprimir-lhe mecanismos que visem ao alcance de mais igualdade, mais liberdade e mais humanidade em seus processos educacionais e nos de sociabilidade.
Até quanto vamos desviar ou reduzir esse debate, deixando de enfrentar o ethos constituinte de nosso modelo societário fundado no lucro, no consumo, na competitividade, no individualismo e na acumulação? Quando é que nos colocaremos questões sobre se estamos de acordo com essa sociedade de mercado aí vigente ou se queremos pugnar por uma sociedade de direitos e de real cidadania? Até quando vamos nos desviar dos efeitos que o sistema capitalista acarretam à formação de identidades e subjetividades contra as quais a escola pouco pode fazer?
O enfrentamento dessas questões talvez contribua para que sejam esclarecidas as razões de porque bom salário para o professor não é tudo, ainda que ele seja o de que necessitamos, assim como educação não é tudo e como a escola, por si só, também não pode salvar, redimir ou transformar a sociedade na qual se vê inserida.
Embora o senso corrente nos informe que 98% da população escolarizável (entre 7 e 14 anos) esteja freqüentando a escola pública brasileira, estudos e pesquisas de órgãos e instituições nacionais e internacionais dão conta de que a produtividade desses estudantes em leitura, escrita, interpretação e em matemática passa ao largo do que se poderia considerar bem-sucedida. Esses estudantes continuam seus estudos no ensino médio carregando o fardo da falta de qualidade dos próprios saberes, os quais, quando requeridos no ensino superior, serão demonstrados de maneira pífia e até constrangedora. Um quadro de fracasso preocupante.
Essa realidade motiva debates, discussões e embates sobre como melhorar a qualidade do ensino. Foi o que aconteceu no mês passado, no ensejo da comemoração do Dia do Professor, quando o jornal Folha Online publicou matérias a respeito do assunto. O enfoque dado à discussão recaiu no salário do professor: no Acre, o professor ganha R$ 13,16 por hora aula; em São Paulo, R$ 8, 05.
Esses dados provocaram a reação da secretária de Estado da Educação Maria Helena Guimarães de Castro. Segundo ela, "O quadro mostra, com clareza, que não há uma relação direta entre salário e qualidade do ensino, embora a questão salarial seja fundamental para valorização dos professores".
A essa fala o jornal contrapôs a opinião de um outro professor, Antônio Chizzotti, da PUC-SP, para quem "Uma das questões fundamentais na qualidade de ensino é a remuneração do docente", sem a qual o profissional do ensino fica impedido de estudar, comprar livros, ir ao teatro, o que acarreta prejuízo porque isso tudo é formação. Além disso, lembra o professor, "não dá para cobrar bom trabalho de um funcionário a que se paga mal."
O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi citado na matéria porque lembrou que o piso salarial nacional para os professores, aprovado na Câmara dos Deputados, é de R$ 950, o qual ainda ressaltou que, "como professor, e no dia dos professores, não posso dizer que considero [o valor] ideal."
Aplausos para o bom senso do ministro e para o entendimento de Chizzotti: o professor e a professora precisam, sim, ganhar bem, muito bem. Sobre isso parece haver consenso. Digna de debate é a afirmação da secretária da Educação de São Paulo: realmente, a questão salarial é essencial para a valorização dos professores.
Nesse sentido, vale lembrar aqui uma pesquisa que a Unesco publicou, no dia 25 de outubro de 2004, sobre os professores brasileiros, atuantes nas escolas públicas e na rede privada. Segundo a Unesco, 45% dos profissionais da educação jamais tinham ido ou tinham ido uma única vez a um museu; 40% deles jamais tinham ido ou tinham ido somente uma vez ao teatro; 25% nunca tinham ido ou tinham ido apenas uma vez ao cinema; 60% dos professores e professoras não tinham acesso à internet, nem faziam uso do e-mail.
Se considerarmos que museus, teatro, cinema e internet, ao lado de livros, revistas, estudos científicos e de divulgação científica, entre outros, são imprescindíveis à formação inicial e continuada dos professores, por possibilitarem-lhes a atualização ininterrupta, então a situação dos docentes em nível nacional também é preocupante: demonstra um quadro que bem poderia ser resolvido pela via da melhoria salarial.
A outra parte da fala da secretária da Educação paulista é que demanda maior discussão: “não há uma relação direta entre salário e qualidade do ensino”. Ela está certa quando faz essa afirmação, mas falta dizer que só afirmar isso não é tudo. O salário pode incrementar a qualidade pessoal e profissional docente, uma vez que, em uma sociedade de mercado como a brasileira, ter acesso qualificado aos bens simbólico-culturais indispensáveis à boa formação continuada do professor é algo que depende de dinheiro.
Um professor e uma professora que lêem mais, que vão a museus, teatro, cinema e que utilizam eficientemente as potencialidades da internet para entrarem em contato com processos de produção e apropriação de informações, conhecimentos e saberes diversos podem usar a qualidade adquirida nessas atividades para imprimir maior eficácia às aulas que ministram. Quem nega isso? Acontece, porém, que qualidade de ensino não depende única e exclusivamente do trabalho didático-pedagógico do professor e da professora.
Em debates dessa natureza, muitas vezes assistimos aos debatedores enfocando parcialmente as questões envolvidas nele e se esquecendo de uma verdade cristalina, a saber: a escola é social, econômica, política e culturalmente referenciada. É isso, aliás, o que Otaíza Romanelli de Oliveira nos conta em seu livro História da educação no Brasil, publicado pela Editora Vozes, de Petrópolis.
Segundo ela, ao final de uma experiência docente em uma escola projetada e colocada em ação segundo os melhores critérios para o alcance da qualidade (eficiência e eficácia nas habilidades e competências nos atos de ler, contar, escrever, debater e escrever), na apuração dos resultados dessa escola os envolvidos no projeto descobriram que não se distanciavam muito das outras instituições educacionais da rede e que não estavam recebendo o mesmo tratamento.
Intrigados com esses resultados, conta Otaíza, aqueles profissionais chegaram à conclusão de que não adianta a escola ser internamente 100% equipada, contar com os melhores professores, pagar aos docentes os melhores salários de que dão conta e ter infra-estrutura da melhor qualidade se no seu entorno social, econômico, político e cultural as coisas não andam na mesma marcha.
Aquela experiência nos faz lembrar, então, que: 1. educação não é tudo; 2. sem que haja um projeto de democratização das estruturas sociais articulado com o trabalho da escola, a instituição educacional pouco pode fazer no sentido de obter mais qualidade de ensino, fazendo-a se estender à vida prática dos membros da sociedade; 3. qualidade depende de quantidade, sim: mais justiça social, mais igualdade, menos preconceito, mais democracia política, mais acesso a bens culturais, mais cooperação e mais solidariedade contribuem para que a escola que busca mais qualidade de ensino possa ser bem-sucedida.
Fica, assim, mais fácil de entender a fala da secretária da Educação de São Paulo: ainda que o salário seja vital à valorização do trabalho docente, ele não é o único determinante da qualidade de ensino. Pouco adiante o professor ganhar bem se, ao lado dele, de seu trabalho e da instituição onde atua campeia a desigualdade, a injustiça, a exploração, a alienação quanto ao que é importante para o processo de humanização. Aliás, o professor ganhar pouco é um reflexo da injustiça social e das demais mazelas que permeiam nossa sociedade.
Conclusão: O professor e a professora precisam ganhar mais, ser valorizados, reconhecidos como profissionais, os quais deveriam ter auto-regulação, domínio dos processos de formação docente e controle do exercício profissional. No entanto, se quer mesmo qualidade de ensino, nossa sociedade terá de transformar suas estruturas no sentido de imprimir-lhe mecanismos que visem ao alcance de mais igualdade, mais liberdade e mais humanidade em seus processos educacionais e nos de sociabilidade.
Até quanto vamos desviar ou reduzir esse debate, deixando de enfrentar o ethos constituinte de nosso modelo societário fundado no lucro, no consumo, na competitividade, no individualismo e na acumulação? Quando é que nos colocaremos questões sobre se estamos de acordo com essa sociedade de mercado aí vigente ou se queremos pugnar por uma sociedade de direitos e de real cidadania? Até quando vamos nos desviar dos efeitos que o sistema capitalista acarretam à formação de identidades e subjetividades contra as quais a escola pouco pode fazer?
O enfrentamento dessas questões talvez contribua para que sejam esclarecidas as razões de porque bom salário para o professor não é tudo, ainda que ele seja o de que necessitamos, assim como educação não é tudo e como a escola, por si só, também não pode salvar, redimir ou transformar a sociedade na qual se vê inserida.
Por Wilson Correia
Colunista Brasil Escola
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Literatura de cordel
Literatura de cordel também conhecida no Brasil como folheto, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Nordeste do Brasil
o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o
folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas
são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas,
recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de
viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e
animadas para conquistar os possíveis compradores. Para reunir os
expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a
Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.
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