À
Comunidade
da Paróquia Nossa Senhora Aparecida Olímpia-SP
Caríssimos Irmãos,
Nessa oportunidade venho
lhes falar sobre um assunto muito importante para toda a nossa comunidade; a
“Catequese”. Sabemos que a catequese oferecida pela comunidade é importante
para todos porque ajuda a abrir o coração e a mente para Deus, para o próximo,
para nos mesmos e para o universo. Ao abrir o coração e a mente, nos deixam
amar e nos dispomos a amar as pessoas, a adorar a Deus e a usar com
responsabilidade as coisas deste mundo.
Entendendo
a importância da catequese, quero discorrer sobre o tema afim despertar a
comunidade a refletir se estamos realmente realizando uma catequese fecunda,
que atinja o seu objetivo e finalidade, afinal de contas percebe-se que a
catequese encontra-se no coração da missão eclesial, por isso a catequese é
identidade profunda e vocação da igreja, sendo ela educação e promoção da vida,
elemento fundamental para renovação da igreja.
Em primeiro lugar precisamos entender que a
tarefa da catequese é favorecer a adesão a Jesus Cristo, iniciando um processo
de conversão permanente, que dura à vida toda, por isso é tarefa da catequese
promover e fortalecer as atitudes de fé, por isso favorecer o crescimento dessa
atitude significa desperta sentimentos de docilidade, proporcionando também o
amadurecimento da esperança, como dimensão essencial da atitude de fé cristã.
Nesse sentido precisamos
rever os nossos conceitos em relação do que entendemos o que é catequese, se
fazemos uma catequese que foca apenas conteúdo, da forma vimos realizando nos últimos anos,
estamos equivocados por que não se trata de conteúdo, como matéria escolar, mas
estamos falando de uma catequese do coração, onde atingimos os sentimentos
humanos das pessoas que estamos tentando converter, se não transmitimos a nossa
convicção e nossa fé estamos fracassando na tarefa de catequizar.
Precisamos entender os elementos fundamentais
do catecumenato como fases que serve de modelo pedagógico para inspirar a ação
catequética batismal como sendo caráter iniciático, a intensidade e integridade
da formação, a gradualidade, a integração entre catequese e liturgia, no
emprego dos ritos tendo como referencia constante à comunidade.
Temos como objetivos
principais promover a pessoa em sua plenitude humana, ajudar cada homem e
mulher a crescer em humanidade, a ser mais pessoa, isto é, valorizar a
dignidade humana, formular uma síntese de fé e dar razão do que se crê, se
espera e se ama, educar para oração individual, comunitária e litúrgica,
facilitar o conhecimento, a interiorização e vivencia dos valores e
existencial, comunitária e litúrgica, para isso precisamos facilitar o
conhecimento na interiorização e vivencia dos valores e exigências catequese
que se depreendem do Evangelho, formando a opção vocacional propondo um
compromisso missionário. O trabalho da catequese é preparar e formar
discípulos, capacitando a pessoa a ver, sentir e agir como Cristo, amadurecendo
e aprofundando a converção.
Sendo
assim, ser catequista é revelar Jesus, falando aos catequizando o que Ele
contou a respeito de Deus, de seu amor incondicional por todas as pessoas. O
catequista apresenta Jesus, sendo fiel ao que ensinam a respeito Deles a
Sagrada Escritura, a Tradição e o Magistério da Igreja, é testemunhar Jesus,
vinte e quatro horas por dia, na Igreja, em casa, na escola, no lazer, enfim em
todos os lugares e sempre. O catequista é a catequese praticada, escrita com a
vida do dia a dia, e que pode ser aprendida com facilidade por todos, é ser
missionário de Jesus, deixando-se formar e modelar por Ele, fazendo do seu
discipulado um impulso para proclamá-lo sem cessar. O catequista é a ovelha e o
pastor, é aprendiz e mestre, é terra e semeador, por isso deve conduzir os
catequizandos para que façam uma autentica experiência de Deus, descobrindo
Nele o significado da existência humana, conduz para que eles entrem em
comunhão com Deus e descubram sua ternura. O catequista abre a mente e coração
para Jesus, tornando-se Dele morada e encontrando Nele a esperança que não
morre, assim partilha como os catequizandos a própria vivência e pertença ao
Senhor, incentivando-os a imitar Jesus.
Por esse motivo
precisamos rever o nosso planejamento do ano catequético pensando se estamos
inserindo todos os elementos aqui citados, infelizmente muitas vezes o
planejamento esta focado apenas no ano litúrgico de forma conteudista,
precisamos dar vivência de maneira que tenha sentido os rituais e celebrações,
podendo ser interiorizado os acontecimentos da historia da salvação, onde possa
ficar na lembrança reconhecendo passo a passo o plano da salvação.
Nesse caso o melhor
planejamento tem que se preocupar com cinco pontos: o que fazer, para quê,
como, onde e quando. Planejar é refletir sobre os objetivos de uma ação e o modo
de se chegar até ele, podemos definir prioridades e métodos, organizar os
recursos disponíveis e necessários a realizar certas ações que vão de encontro
aos elementos e objetivos da catequese, se o planejamento for apenas um
calendário que seguem dadas festivas e temas abordados nos encontros não terá
êxito e nem função. Acredito que o planejamento poderia abordar outros temas
como atualidades, destacando-se novas relações com o espaço e o tempo, novas
formas de relacionamento humano e convívio interpessoal, novo jeito de
compreender o ser humano e os projetos de sociedade, acompanhado suas mudanças.
Pensando na elaboração
do planejamento não podemos esquecer das principais finalidades que destacamos
mais importantes, como por exemplo, aprofundar o querigma, para se aprender e
vivenciar o mistério de Deus em comunhão com a igreja e sua missão de ser
sacramento. Para isso precisamos trabalhar nossos encontros apoiados em nossa
fé e nossa experiência que temos com Deus, pois afinal fomos atingidos pela
força do querigma no decorrer de nossa história, por isso precisamos
reproduzi-lo para atingir a finalidade de anunciar a pessoa de Jesus.
Precisamos ser mistagogos em nossas praticas, praticamente um pedagogo do
mistério (Mistagogo é aquele que realiza a mistagogia, a pessoa que conduz para
dentro do mistério, nos colocando em contato com este mistério, revelando-o).
Não podemos esquecer os desafios
que teremos que enfrentar dentro do processo catequético visando os tópicos dos
objetivos e finalidades, como por exemplo enfrentar a diversidade cultural,
social e religiosa, buscando estabelecer harmonia dentro de um momento caótico
da humanidade, afinal estamos num mundo em que encontramos palavras de destaque
como: confusão, perplexidade, impacto, transformação e incerteza, por isso é
necessário entrar no contexto atual mobilizando muita reflexão buscando valores
cristãos na processo.
Penso que a comunidade
junto com todas as pastorais precisa apoiar e interagir com os catequistas,
participando de reuniões de integração, retiros, cursos de aprofundamentos
durante todo o tempo em que estão no ministério de catequizar, afinal esse
ministério é o coração da igreja.
É a partir da catequese,
e das diversas atividades resultantes dela, que estaremos colocando novos apóstolos
a descobrir as muitas possibilidades de serviços existentes na nossa
comunidade.
A catequese em todas as
formas que são concebidas ou sonhadas está ligada por laços estreitos à
comunidade cristã. Por isso os aspectos da opção comunitária convidam a uma
revisão profunda da identidade da catequese em nossa comunidade. Portanto, é
necessário educar a comunidade para encarar a catequese como âmbito eclesial,
sendo prioridade em qualquer plano pastoral, educar para seu papel de lugar e
meta da catequese; é necessário favorecer abertura e acolhida ao catequizando
nas atividades pastorais, pois se exige participação, a comunidade precisa ser
acolhedora, e também, desenvolver no interior de pequenos grupos (pequenas
comunidades, círculos bíblicos, grupo de catequistas) a dinâmica do valor e da
importância do outro como fundamental para o desenvolvimento e integração
grupal. Não Basta que a catequese seja feita em comunidade, ela precisa ser
feita de comunidade, com fisionomia grupal e processo interativo.
Por fim, precisamos
fortalecer a catequese de nossa comunidade como se cada um de nos fosse um
catequista independentemente de seu trabalho na comunidade pois ser catequista
é ensinar o que a Igreja ensina, em unidade e comunhão como o papa e todo o
clero, sendo criativo e atualizando a mensagem partilhada. O catequista não
ensina uma doutrina que é sua, mas a de Jesus, confiada à Igreja.
Desse modo, naquilo que
depende de mim, estou pronto para anunciar o evangelho e me coloco a disposição
para contribuir no que for necessário. Paz e bem!!
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