quarta-feira, 30 de maio de 2012

CARTA À COMUNIDADE



À
Comunidade da Paróquia Nossa Senhora Aparecida Olímpia-SP



            Caríssimos Irmãos,


            Nessa oportunidade venho lhes falar sobre um assunto muito importante para toda a nossa comunidade; a “Catequese”. Sabemos que a catequese oferecida pela comunidade é importante para todos porque ajuda a abrir o coração e a mente para Deus, para o próximo, para nos mesmos e para o universo. Ao abrir o coração e a mente, nos deixam amar e nos dispomos a amar as pessoas, a adorar a Deus e a usar com responsabilidade as coisas deste mundo.
            Entendendo a importância da catequese, quero discorrer sobre o tema afim despertar a comunidade a refletir se estamos realmente realizando uma catequese fecunda, que atinja o seu objetivo e finalidade, afinal de contas percebe-se que a catequese encontra-se no coração da missão eclesial, por isso a catequese é identidade profunda e vocação da igreja, sendo ela educação e promoção da vida, elemento fundamental para renovação da igreja.
             Em primeiro lugar precisamos entender que a tarefa da catequese é favorecer a adesão a Jesus Cristo, iniciando um processo de conversão permanente, que dura à vida toda, por isso é tarefa da catequese promover e fortalecer as atitudes de fé, por isso favorecer o crescimento dessa atitude significa desperta sentimentos de docilidade, proporcionando também o amadurecimento da esperança, como dimensão essencial da atitude de fé cristã.
            Nesse sentido precisamos rever os nossos conceitos em relação do que entendemos o que é catequese, se fazemos uma catequese que foca apenas conteúdo, da  forma vimos realizando nos últimos anos, estamos equivocados por que não se trata de conteúdo, como matéria escolar, mas estamos falando de uma catequese do coração, onde atingimos os sentimentos humanos das pessoas que estamos tentando converter, se não transmitimos a nossa convicção e nossa fé estamos fracassando na tarefa de catequizar.
             Precisamos entender os elementos fundamentais do catecumenato como fases que serve de modelo pedagógico para inspirar a ação catequética batismal como sendo caráter iniciático, a intensidade e integridade da formação, a gradualidade, a integração entre catequese e liturgia, no emprego dos ritos tendo como referencia constante à comunidade.
            Temos como objetivos principais promover a pessoa em sua plenitude humana, ajudar cada homem e mulher a crescer em humanidade, a ser mais pessoa, isto é, valorizar a dignidade humana, formular uma síntese de fé e dar razão do que se crê, se espera e se ama, educar para oração individual, comunitária e litúrgica, facilitar o conhecimento, a interiorização e vivencia dos valores e existencial, comunitária e litúrgica, para isso precisamos facilitar o conhecimento na interiorização e vivencia dos valores e exigências catequese que se depreendem do Evangelho, formando a opção vocacional propondo um compromisso missionário. O trabalho da catequese é preparar e formar discípulos, capacitando a pessoa a ver, sentir e agir como Cristo, amadurecendo e aprofundando a converção.
            Sendo assim, ser catequista é revelar Jesus, falando aos catequizando o que Ele contou a respeito de Deus, de seu amor incondicional por todas as pessoas. O catequista apresenta Jesus, sendo fiel ao que ensinam a respeito Deles a Sagrada Escritura, a Tradição e o Magistério da Igreja, é testemunhar Jesus, vinte e quatro horas por dia, na Igreja, em casa, na escola, no lazer, enfim em todos os lugares e sempre. O catequista é a catequese praticada, escrita com a vida do dia a dia, e que pode ser aprendida com facilidade por todos, é ser missionário de Jesus, deixando-se formar e modelar por Ele, fazendo do seu discipulado um impulso para proclamá-lo sem cessar. O catequista é a ovelha e o pastor, é aprendiz e mestre, é terra e semeador, por isso deve conduzir os catequizandos para que façam uma autentica experiência de Deus, descobrindo Nele o significado da existência humana, conduz para que eles entrem em comunhão com Deus e descubram sua ternura. O catequista abre a mente e coração para Jesus, tornando-se Dele morada e encontrando Nele a esperança que não morre, assim partilha como os catequizandos a própria vivência e pertença ao Senhor, incentivando-os a imitar Jesus.
            Por esse motivo precisamos rever o nosso planejamento do ano catequético pensando se estamos inserindo todos os elementos aqui citados, infelizmente muitas vezes o planejamento esta focado apenas no ano litúrgico de forma conteudista, precisamos dar vivência de maneira que tenha sentido os rituais e celebrações, podendo ser interiorizado os acontecimentos da historia da salvação, onde possa ficar na lembrança reconhecendo passo a passo o plano da salvação.
            Nesse caso o melhor planejamento tem que se preocupar com cinco pontos: o que fazer, para quê, como, onde e quando. Planejar é refletir sobre os objetivos de uma ação e o modo de se chegar até ele, podemos definir prioridades e métodos, organizar os recursos disponíveis e necessários a realizar certas ações que vão de encontro aos elementos e objetivos da catequese, se o planejamento for apenas um calendário que seguem dadas festivas e temas abordados nos encontros não terá êxito e nem função. Acredito que o planejamento poderia abordar outros temas como atualidades, destacando-se novas relações com o espaço e o tempo, novas formas de relacionamento humano e convívio interpessoal, novo jeito de compreender o ser humano e os projetos de sociedade, acompanhado suas mudanças.
            Pensando na elaboração do planejamento não podemos esquecer das principais finalidades que destacamos mais importantes, como por exemplo, aprofundar o querigma, para se aprender e vivenciar o mistério de Deus em comunhão com a igreja e sua missão de ser sacramento. Para isso precisamos trabalhar nossos encontros apoiados em nossa fé e nossa experiência que temos com Deus, pois afinal fomos atingidos pela força do querigma no decorrer de nossa história, por isso precisamos reproduzi-lo para atingir a finalidade de anunciar a pessoa de Jesus. Precisamos ser mistagogos em nossas praticas, praticamente um pedagogo do mistério (Mistagogo é aquele que realiza a mistagogia, a pessoa que conduz para dentro do mistério, nos colocando em contato com este mistério, revelando-o).
            Não podemos esquecer os desafios que teremos que enfrentar dentro do processo catequético visando os tópicos dos objetivos e finalidades, como por exemplo enfrentar a diversidade cultural, social e religiosa, buscando estabelecer harmonia dentro de um momento caótico da humanidade, afinal estamos num mundo em que encontramos palavras de destaque como: confusão, perplexidade, impacto, transformação e incerteza, por isso é necessário entrar no contexto atual mobilizando muita reflexão buscando valores cristãos na processo.
            Penso que a comunidade junto com todas as pastorais precisa apoiar e interagir com os catequistas, participando de reuniões de integração, retiros, cursos de aprofundamentos durante todo o tempo em que estão no ministério de catequizar, afinal esse ministério é o coração da igreja.
            É a partir da catequese, e das diversas atividades resultantes dela, que estaremos colocando novos apóstolos a descobrir as muitas possibilidades de serviços existentes na nossa comunidade.
            A catequese em todas as formas que são concebidas ou sonhadas está ligada por laços estreitos à comunidade cristã. Por isso os aspectos da opção comunitária convidam a uma revisão profunda da identidade da catequese em nossa comunidade. Portanto, é necessário educar a comunidade para encarar a catequese como âmbito eclesial, sendo prioridade em qualquer plano pastoral, educar para seu papel de lugar e meta da catequese; é necessário favorecer abertura e acolhida ao catequizando nas atividades pastorais, pois se exige participação, a comunidade precisa ser acolhedora, e também, desenvolver no interior de pequenos grupos (pequenas comunidades, círculos bíblicos, grupo de catequistas) a dinâmica do valor e da importância do outro como fundamental para o desenvolvimento e integração grupal. Não Basta que a catequese seja feita em comunidade, ela precisa ser feita de comunidade, com fisionomia grupal e processo interativo.
            Por fim, precisamos fortalecer a catequese de nossa comunidade como se cada um de nos fosse um catequista independentemente de seu trabalho na comunidade pois ser catequista é ensinar o que a Igreja ensina, em unidade e comunhão como o papa e todo o clero, sendo criativo e atualizando a mensagem partilhada. O catequista não ensina uma doutrina que é sua, mas a de Jesus, confiada à Igreja.
            Desse modo, naquilo que depende de mim, estou pronto para anunciar o evangelho e me coloco a disposição para contribuir no que for necessário. Paz e bem!!


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