De todos os seres viventes no nosso planeta o
“homem” é o único capaz de produzir “arte”. Assim, desde os primórdios a arte
faz parte de nossa vida, sempre nos diferenciando dos demais seres à nossa volta,
pois por meio dela representamos o nosso mundo, expressamos nossos sentimentos
e procuramos uma compreensão para aquilo que somos e fazemos. Certamente que
sem a “arte” nossa vida seria incompleta, por que não teríamos essa “linguagem”
para expressar plenamente todas as nossas emoções e paixões. A linguagem
cotidiana ou a linguagem científica dão conta de uma parte da realidade. No
entanto, só a arte é capaz de dar conta daquilo que não pode ser enunciado, mas
que ainda assim e por isso mesmo é essencial (Ferreira, 2008).
O Cinema, conhecido como a Sétima Arte, é uma
nova maneira de expressarmos nossas idéias, sensações, opiniões; é um novo
jeito de nos conectarmos com outras pessoas e com o mundo ao nosso redor. Antes
do surgimento do Cinema, que ocorreu na passagem do século XIX para o século
XX, isso era feito prioritariamente através das outras Seis Artes (Música,
Dança, Pintura, Escultura, Literatura e Teatro). Mas, apesar de seu recente
tempo de vida, o Cinema já nos trouxe muitas possibilidades de encantamento,
reflexão e aprendizado.
Há mais de um século o cinema encanta, provoca e
comove bilhões de pessoas em todo mundo. Dentre estes bilhões de pessoas que
regularmente foram, vão e irão assistir a filmes na sala escura do cinema,
certamente estão incluídos milhões de professores e alunos. Apesar de ser uma
arte centenária e muitas vezes ao longo da história ter sido pensado como
linguagem educativa, o cinema ainda tem alguns problemas para entrar na escola.
Não apenas na chamada escola tradicional, mas também dentro da escola renovada,
generalizada a partir dos anos 70, o cinema não tem sido utilizado com a frequência
e o enfoque desejáveis. A maioria das experiências relatadas ainda se
prende ao conteúdo das histórias, às fabulas em si, e não discute outros
aspectos que compõem a experiência do cinema. O problema é que os filmes se
realizam em nosso coração e em nossa mente menos como histórias abstratas e
mais como verdadeiros mundos imaginários, construídos a partir de linguagens e
técnicas que não são meros acessórios comunicativos, e sim a verdadeira
estrutura comunicativa e estética de um filme, determinando, muitas vezes, o
sentido da história filmada. Dentro desta perspectiva podemos discutir não
apenas a ação do professor interessado em iniciar-se no uso do cinema na sala
de aula, mas também com aquele que deseja incrementar sua didática,
incorporando filmes como algo mais do que ilustração de aulas e conteúdos.
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