O problema crucial é o seguinte: a Filosofia
aspira à verdade total, que o mundo não quer. A Filosofia é, portanto, perturbadora
da paz.
E a verdade o que será? A filosofia busca a
verdade nas múltiplas significações do ser verdadeiro segundo os modos do
abrangente. Busca, mas não possui o significado e substância da verdade única.
Para nós filósofos, a verdade não é estática e definitiva, mas movimento
incessante, que penetra no infinito.
No mundo, a verdade está em conflito perpétuo. A
Filosofia leva esse conflito ao extremo, porém, o despoja de violência. Em suas
relações com tudo quanto existe, o filósofo vê a verdade revelar-se a seus
olhos, graças ao intercâmbio com outros pensadores e ao processo que o torna
transparente a si mesmo.
Quem se dedica à Filosofia põe-se à procura do
homem, escuta o que ele fiz, observa o que ele faz e se interessa por sua
palavra e ação, desejoso de partilhar, com seus concidadãos, do destino comum
da humanidade. Eis por que a Filosofia não se transforma em
credo. Está em contínua pugna (luta) consigo mesma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário