Os adolescentes têm muitas
informações. É surpreendente. Eles sabem coisas, mas em contrapartida, não
sabem o que fazer com a informação. É muito importante que pais e professores
percebam que os adolescentes não conseguem transformar a informação em
educação. Informação por informação não serve para nada. Temos visto por ai, há
muito tempo, campanhas veiculadas pela mídia sobre o uso de preservativos e cada
vez mais se tem constatado o aumento de adolescentes contaminados pelo HIV,
aumento da gravidez precoce, etc. Como e porque isso acontece se tanto foi
feito em termos de orientar? Por isso nós precisamos debater, inclusive, o uso
do termo: orientar. Dizemos que orientação não adianta temos que educar.
Educar demanda algo que é mais complexo, que é um processo. Por exemplo: se alguém pergunta como atravessar a
rua? Eu oriento e depois a pessoa vai embora. No educar: a pessoa internaliza a
informação e se conscientiza do que, e do porque se devem ter certos
comportamentos e atitudes em relação a determinadas coisas, isso impede de se
cometer erros grotescos e irresponsáveis. Com Adolescentes precisamos que
pensar em termos de um projeto de educação sexual. Não bastam campanhas.
Nesse projeto, é importante
entender que são praticamente as crianças que estão se relacionando através do
ato sexual. Já vimos noticias de meninas com nove anos tendo bebês, isso
significa que no final de oito anos ele se relacionou ou foi abusada
sexualmente. Está faltando todo o investimento em educação sexual. Que a
sociedade possa entender que a liberdade sexual não significa que se libera
tudo a qualquer tempo.
Nesse processo existem normas,
regras e limites. Nós nos esquecemos de trabalhar com crianças, adolescente e
daí por diante, que o ato sexual propriamente dito deveria se dar somente na
idade adulta por uma serie de razões. Seria um momento em que este ser humanos
teria condições de saber o quer e por que quer, Não preciso sais por ai fazendo
o que todos fazem, porque “senão estou fora do grupo”.
Quando meninos ou meninas transam
com dez, 12 anos para não ficarem fora da moda, porque “todo mundo faz”, temos
que fazer uma revisão da educação; esta havendo alguma falha. Se a criança, o
adolescente, o jovem não tiver condições de discernir que o que ele quer para
si não é o que todos necessariamente vão fazer, houve falha no processo de
educação sexual.
Partimos de um modelo, de um
paradigma de educação sexual que pode ser compreensiva, de cunho emancipatório.
As pessoas às vezes às vezes acham isso contraditório, mas a gente coloca
liberdade com responsabilidade, com limites, com normas. Não é liberdade do
“tudo pode”, mas a liberdade de que, a partir do acesso ao conhecimento, eu
tenho livre arbítrio para poder escolher o que quero, mas com responsabilidade
e compromisso.
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