Nascem os homens iguais, um mesmo, igual princípio os anima, os conserva, e também os debilita, e acaba. Somos organizados pela mesma pela mesma forma, por isso estamos sujeitos às mesmas paixões, e as mesmas vaidades. Para todos nasce o Sol, a Aurora a todos desperta para o trabalho, o silêncio da noite anuncia a todos o descanso. O tempo que insensivelmente corre, e se distribui em anos, meses e horas, para todos se compõe do mesmo numero de instantes. Essa transparente região a todos abraça, todos acham nos elementos um patrimônio comum, livre, e indefectível, todos respiram o ar, a todos sustenta a terra, as qualidades da água, e do fogo, a todos se comunicam. O mundo não foi feito mais em benefício de uns, que de outros, para todos é o mesmo, e para o uso dele todos têm igual direito, ou seja pela ordem da natureza, ou seja pela ordem da sua mesma instituição, todos achamos no mundo as mesmas partes essenciais. Que cousa é a vida para todos mais do que um enleio de vaidades, e um giro sucessivo entre o gosto, a dor, a alegria, a tristeza, a aversão, e o amor?
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